segunda-feira, 15 de junho de 2015

3 ÁLBUNS DE MÚSICA ELETRÔNICA QUE VOCÊ PRECISA OUVIR





Não é novidade que o ano de 2015 começou bombante para os amantes de música eletrônica, mas vez ou outra algumas coisas passam despercebidas até pelos fãs mais fiéis do estilo. Eu, como o bom deejay que sou, faço meu trabalho e escuto milhares de músicas novas diariamente. Mas ultimamente tenho voltado minha atenção também para os álbuns completos - cada vez mais comuns entre os artistas do estilo. 


Se há 10 anos atrás era muito difícil você ter ou conhecer algum CD de um artista que tocava exclusivamente música eletrônica, hoje em dia os grandes nomes do cenário (a maioria deejays também, of course) não estão perdendo tempo em contar sua historinha através de um álbum completo, deixando um pouco de lado os tão usuais EPs, que no máximo vem com várias versões da mesma música.




O mais fantástico nisso tudo é que agora podemos conhecer de verdade os artistas que tanto gostamos e entender a tal "historinha" que os roqueiros e artistas de outros estilos já vem contando com seus álbuns há muitos anos. Vamos lá!




1 - "Forever" by ALESSO




O sueco Alessandro Lindblad tem apenas 23 anos e desde os 17 (oi?) vem emplacando hit após hit nas paradas musicais mundiais. Originalmente, Alesso toca e produz progressive house, mas a mania que o pessoal tem que classificar tudo como "EDM" acabou o jogando um pouco pra esse lado. Deixando de lado as polêmicas, desde o início ele se mostrou um ótimo músico, trazendo canções cheias de melodias marcantes.


E recentemente lançou seu álbum com várias músicas, incluindo alguns hits que já enjoamos dos anos passado e retrasado, como "Under Control", sua parceria com Calvin Harris (bobo que ele não é, eu também colocaria, é claro). Mas tirando os ares de coisa velha, ele também traz músicas novas como "Cool", que usa samplers de "Get Outta My Way", da australiana Kylie Minogue, e outras novidades que surpreendem até certo ponto. Eu juro que quando comecei a escutar, tinha achado muito arroz com feijão, mas ao decorrer do álbum fui mudando de opinião, até que a última música me convenceu de fato, uma instrumental maravilhosa, que você pode ouvir a seguir:






2 - "True Colors" by ZEDD


O alemão Anton Zaslavski, mais carinhosamente conhecido como Zedd, também lançou seu novo álbum recentemente; álbum este que inclui seu último sucesso, a parceria com a cantora americana Selena Gomez, "I Want You To Know". Zedd recentemente também polemizou dizendo que não é DJ de EDM, e meio que provou isso com seu novo trabalho de estúdio. 



Fugindo do lugar comum que temos escutado hoje em dia com o tal do EDM, ele conseguiu fazer um álbum completinho, usando e abusando do progressive house moderno, com pitadinhas de elementos "Daft Punk" no decorrer dessa história e até pesando a mão em alguns momentos, coisa rara de se ver em álbuns que o objetivo é comercial. Não é de hoje que eu canto a pedra que esse menino tem muito futuro pela frente. Seu último álbum já tinha provado isso, apesar do relativo sucesso, e apesar de muitos o criticarem dizendo que suas músicas todas são muito parecidas, talvez agora ele tenha conseguido derrubar essa tese também. 



Trouxe novidades minha gente, coisa rara na música eletrônica. Novidades inclusive que ele tinha já trazido um pouco pro álbum da Lady Gaga, o "Artpop", lá em 2013, mas que talvez as pessoas não estivessem ainda tão preparadas pra receber. Bom, o futuro chegou, e você escuta uma das músicas a seguir, o recém lançado single "Beautiful Now", em parceria com Jon Bellion:





3 - "Pharmacy" by GALANTIS


Galantis é uma dupla formada em 2012 na Suécia, composta por Christian “Bloodshy” Karlsson e Linus Eklöw. Vieram a conhecimento do público com o sucesso de sua música "Runaway (U & I)", e não muito tempo depois presentearam a humanidade com o maravilhoso álbum que se chama "Pharmacy". O que dizer? 
Em meio a essa onda de farofa EDM que estamos vivendo na música eletrônica, eles trouxeram lá do fundo do baú o house clássico, aquele dance gostoso que tantos de nós já dançamos em tantas situações diferentes, e contextualizaram pro momento que vivemos agora, fazendo assim com que tudo soe moderno, 2016, uma coisa bem chique. Dos 3 álbuns, com certeza é o meu preferido, já escutei mil vezes e não canso. Fora a "viagem" que é esse gato presente em todo material deles, rs. A seguir você pode escutar a faixa que abre o álbum, a animada "Forever Tonight": 



Os três álbums já estão a venda no Itunes e em outras lojas eletrônicas de venda de música, só procurar no Google, mas também você acha já muita coisa em streaming, no Youtube ou em outros serviços.

segunda-feira, 9 de março de 2015

VIDA DE DJ

DJ, deejay, disco-jóquei... são alguns nomes para descrever essa classe de trabalhadores noturnos que muitas vezes são os grandes responsáveis pelo sucesso de um evento, principalmente daqueles que tocam música eletrônica.


É claro que existem outros fatores, como localização e bom atendimento; mas nós, DJs, sabemos que também temos uma boa parcela de responsabilidade pela animação e qualidade da festa. E para aqueles que acham que o trabalho dele só se resume a isso, vamos então fazer uma leitura do que é ser DJ, aproveitando o dia de hoje, o Dia Internacional do DJ.


O QUE FAZEM, ONDE VIVEM, O QUE COMEM?


O disc jockey ou disco-jóquei no português, é um artista profissional que seleciona e mixa (toca) as mais diferentes composições para um determinado público alvo em rádios e pistas de dança de bailes, clubes, boates e danceterias. Desde os primórdios das rádios, por volta dos anos 50, os locutores já eram conhecidos por essa denominação também.


MATERIAL DE TRABALHO

Primeiramente, todos trabalhavam com discos em gramofones, depois com os LPs (long plays), mais tarde com os CDs (compact disc) e atualmente com os MP3s (MPEG-1 layer 3). E é indispensável um headphone especializado para DJs (que pode custar muito caro). 


MIXAGEM

A mixagem, o trabalho do DJ na hora do show, é a arte de aumentar o volume de uma música e abaixar o volume da tocada anteriormente sem as pessoas perceberem que se está fazendo isso. Parece difícil, não é? Mas tem que se considerar o feeling também, que é uma "leitura" que o DJ faz da pista quando começa a tocar, pra saber o que a pista está "querendo" ou "pedindo"


Obs.: Mas veja que aqui que não estou falando que de escrever o nome da sua diva no celular e esfregar na cara do DJ. Isso é algo que ele vai fazer por conta própria, por sua própria experiência em comandar a vibe do momento. Tem que confiar! ;)


O TRABALHO CONTINUA

Mas o trabalho do DJ não começa e nem termina aí. Os equipamentos a cada dia são reformulados e tem novas versões lançadas, com efeitos e funções nunca antes imaginadas e telas sensíveis ao toque - o que já dificulta um pouco nosso trabalho, pois apesar de muita coisa ser intuitiva, muita coisa também é só "brincando" que se aprende, e são poucos DJs que, pelo menos de início, tem contato com alguma aparelhagem mais moderna, se não desembolsam uma quantia enorme e compram a sua própria. 


CONTINUA! REALLY???

É claro, também tem a exaustiva pesquisa, que ocorre em qualquer momento que não seja aquele que ele tá lá na cabine. É, é verdade... o restante todo da vida do DJ é pesquisar, pesquisar e... escutar! Só assim podemos recolher um bom material para agradar ouvidos dos mais distraídos aos mais exigentes. Imagina só, ai do outro lado da telinha, que tem DJ que baixa uma média de 200 músicas por semana! E se cada música tem de 4 a 7 minutos cada, quanto tempo você gastaria para ouvir cada uma delas?


EMPRESÁRIO E MARKETEIRO



O DJ também muitas vezes é seu próprio empresário e marketeiro, se ele não participa de uma agência ou não tem um manager. Nesse caso ele também é o responsável por agenciar-se, organizar as datas, negociar com proprietários de clubes e fazer toda a divulgação através de criação de banners, sets, podcasts, fotos e posts nas redes sociais. UFA! Acabou? Não...


DJ x PRODUTOR


Não confundamos criador com criatura, ou melhor... deixa pra lá! Vamos deixar assim: DJ é o cara que mixa, que toca na boate que você vai. Ou seja, ele toca música prontas, não tem nada ao vivo exceto a ordem e as escolhas, que ele faz na hora mesmo de acordo com seu feeling


Já o produtor ou produtor musical é o cara que faz a música, lá no estúdio ou no home studio, ele cria as batidas, grava os instrumentos e a voz, e monta tudo num processo que vejam só - chama-se também mixagem! Rs! Muitos DJs também são produtores, também produzem em estúdio parte das músicas que tocam ao vivo pra galera se jogar, mas não é regra. Existem ótimos DJs, ótimos produtores e ótimos DJs-produtores.


CORAGEM


E aí, o que achou? É necessário ou não ter coragem pra assumir essa carreira? Soma-se a tudo isso cachês baixos e a insegurança de na maioria esmagadora das vezes não se ter carteira assinada, mais o fato de BBB's e subcelebridades virarem fake DJs e donos de boates preferirem contratá-los do que os pobrezitos trabalhadores da música, e pronto: temos um cenário pouco encorajador para o verdadeiro DJ. Engraçado como tem gente que acha tudo um glamour só ou que chega a duvidar do amor do disc jockey pela música!


DIA INTERNACIONAL

Hoje é o nosso dia! Então porque não desejar o óbvio: 

Sucesso, valorização profissional, paciência e resiliência. União! Uma classe unida conquista muito! Desejo que os BBB's e subcelebridades sumam das cabines, que os donos das boates assinem nossa carteira, porque não? Que as pessoas sejam mais pacientes com seus pedidos e que nos perdoem quando não tocarmos AQUELA música. Que comecem a confiar mais no DJ e evitar de reduzi-lo a uma jukebox. Que os cachês subam, que a satisfação impere! Que tudo aquilo que sempre sonhamos e desejamos se torne realidade... e que nossos olhos nunca parem de brilhar, seja em frente a 10 ou 1000 pessoas.


FELIZ DIA INTERNACIONAL DO DJ!


Felipe de Lima é DJ e produtor musical, tem 30 anos e mora em Belo Horizonte (MG). Para conhecer seu trabalho, curta sua página no Facebook ou então siga seu perfil no Soundcloud. Lá você encontra sets, remixes e muita house music.






sexta-feira, 6 de março de 2015

REMIX CONTEST

"Remix contest" na tradução significa competição de remixes e são criadas por produtores musicais, DJs, cantores ou pessoas envolvidas com a música com o intuito de descobrirem novos talentos e montar um EP com os remixes de determinado sucesso (EP ou "extended play" pra quem não sabe é quando um lançamento possui mais faixas que um single, mas não tem tantas como um álbum). Por exemplo, há um tempo atrás, a cantora Beyoncè fez um remix contest para escolher um produtor que entraria no EP oficial junto com outros grandes nomes da música eletrônica. Essa é uma ótima estratégia para fazer uma música bombar mais, ou mesmo ressuscitar uma antiga lá do fundo do baú e não é a toa que muitos DJs e produtores do mundo da house music usam também essa estratégia. E pra quem está começando, ou mesmo quem já está um tempo na estrada mas quer ficar mais conhecido, é uma ótima chance de mostrar seu trabalho. 


HOUSE NACIONAL


O ano mal começou e já temos dois grandes concursos no âmbito da house nacional. Um deles é o remix contest de "You Won't Bring Me Down" da cantora Nicky Valentine em parceria com o DJ Allan Natal (música que falei sobre o lançamento aqui); e o outro foi aberto ontem e é o remix contest de "Sexercise", da dupla de DJs Altar (ou VMC e Macau), clássico da house nacional muito tocada anos atrás, e que agora deve voltar com tudo, já que o vocal é bem marcante. Quem quiser participar dos concursos e saber as regras e prêmios, pode entrar no site da Omega Hitz para o de "Won't Bring Me Down"; e para o de "Sexercise" é só entrar nos perfis do Soundcloud do VMC e do Macau.


Estou participando dos dois concursos, quem tiver curiosidade pode escutar as minhas versões aqui e aqui. Torçam por mim! Rs!


Felipe de Lima é DJ, tem 30 anos e mora em Belo Horizonte (MG). Para conhecer seu trabalho, curta sua página no Facebook ou então siga seu perfil no Soundcloud. Lá você encontra sets, remixes e muita house music.

segunda-feira, 2 de março de 2015

SEGURA E VEM

Já ouviu falar de Jess Glynne? Talvez esse nome não esteja muito fresco na sua mente, mas com certeza você já ouviu a voz dela por aí, seja nas rádios ou nas pistas. A fantástica voz da ruiva está por trás do grande sucesso que levou ela e a banda Clean Bandit ao mainstream, "Rather Be". Além de toda a revolução que eles representaram na música eletrônica mundial, misturando deep house com elementos de música clássica, ainda faturaram o Grammy desse ano de melhor gravação dance, o que foi muito bacana, considerando que os indicados dessa categoria sempre flutuam entre o pop e o dance pop

JESS

Glynne canta e compõe há muito anos e quando era uma adolescente, se inscreveu para o X-Factor UK, mas foi rejeitada. Depois de um tempo trabalhando em uma companhia de agenciamento musical, começou a ter contato com produtores e e compositores, o que a levou para um curso musical onde aperfeiçoou seu dom e encontrou seus atuais colaboradores (o compositor Jin Jin e o produtor Bless Beats). Em 2013 foi convidada pelo produtor de deep house Route 94 para participar de "My Love", canção que saiu na coletânea da DJ e apresentadora da BBC1 Annie Mac. Clean Bandit escutou a música e decidiu chamar Jess para gravar "Rather Be" e então veio todo o sucesso.





SOM

A ruiva de 25 anos diz ter influência de cantores como Amy Winehouse, Frank Ocean e Whitney Houston e até mesmo do trio Destiny's Child, do qual Beyoncé participou anos atrás. Sua voz é única, muito diferente das vozes que estamos acostumados a ouvir nas rádios, e bom, até o presente momento, Jess tem se mostrado uma garota da música eletrônica mesmo. Todos os seus singles foram na área de house e deep house, o que o blog aprecia, e muito!


HOLD MY HAND

"Hold My Hand" foi lançada nessa semana no canal da cantora no Youtube, e foi produzida por Jack Patterson, um dos integrantes da Clean Bandit. Um house que varia entre o house clássico e o deep, com alguns grooves e pianos que lembram os clássicos, mas com uma levada mais suave. Os vocais nem preciso dizer que são fantásticos, a voz dela é impressionante tanto nos graves quanto nos agudos, e ela explorou bem isso nessa canção. Essa é daquelas pra abrir a janela de manhã e cantar com os passarinhos... Rs! Confira abaixo:






Felipe de Lima é DJ, tem 30 anos e mora em Belo Horizonte (MG). Para conhecer seu trabalho, curta sua página no Facebook ou então siga seu perfil no Soundcloud. Lá você encontra sets, remixes e muita house music.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

VALEU A PENA

Acho que acertei quando disse que 2015 ia ser o ano! A gente teve um ótimo início em outras áreas, com o cinema bombando de filmes ótimos por exemplo, e no mundo da música não será diferente! É um daqueles anos que a criatividade transborda por ai! Por aqui no Brasil tivemos essa semana um outro lançamento, na verdade uma parceria com Israel. A cantora Lorena Simpson acaba de divulgar seu novo single com o DJ e produtor israelense Yinon Yahel, chamado "Worth The Pain". Parece que valeu a pena nesma toda dor da espera dos fãs da loira, porque a música é daquelas que cheiram a hit, ainda mais se os produtores da área se inspirarem e começarem a remixá-la.



LORENA

Lorena Simpson é natural de Manaus e começou sua carreira na arte da dança. Em 2005 entrou pro corpo de bailarinos da cantora Kelly Key e depois, por insistência de amigos, começou a trabalhar como backing vocal, até que em 2008 foi descoberta por produtores da Maxpop (um deles é o Mr Jam, que produziu o último álbum da Wanessa). No mesmo ano lançou seu primeiro single "Feel Da Funk", mas foi somente no ano seguinte, quando fez a parceria com o DJ e produtor Felipe Guerra em "Can't Stop Loving You" é que estourou nas pistas do Brasil e do exterior e passou a fazer mais sucesso. No final de 2009, Lorena Simpson lançou o single "Brand New Day", que rapidamente foi sucesso nas pistas de todo mundo confirmando seu nome como um dos principais do house nacional. Desde então vem trabalhando na cena de house, emplacando vários hits nas pistas do Brasil e do exterior. Acesse a página da cantora aqui.


YINON

Yinon Yahel é um famoso DJ e produtor isaraelense, e ficou bastante conhecido depois que chegou a público que ele era um dos nomes por trás das produções de outro DJ e produtor israelense muito famoso, o Offer Nissim. Apesar das produções do Offer não carregarem o nome de Yinon, desde meados dos anos 2000 ele vem colaborando nelas, contribuindo com seu toque especial de tecladista. Muitas dessas produções também envolviam sua atual esposa, Maya Simantov, famosa cantora e compositora israelense. Juntos, produziram o single "Alone", que foi um grande sucesso nas pistas do mundo todo e o grande responsável por levar o nome de Maya e Offer Nissim, ao mainstream da house music. O som de Yinon é bem melódico, com um baixo bem característico das produções israelenses, assim como as do Offer e algumas de suas músicas tem elementos árabe ainda. Todas carregam uma de suas marcas registradas, o uso de teclado. Yinon começou sua carreira artística como tecladista de uma banda muito famosa em Israel, e até hoje ainda mantem essa personalidade em suas produções. Acesse seu perfil do Soundcloud aqui.


WORTH THE PAIN

"Worth The Pain" é a nova colaboração dos dois artistas: um house muito fino, atual e dançante e como eu disse lá em cima, prontinha pra estourar nas pistas do mundo todo e não só nas voltadas pro segmento de circuit e tribal, o qual os dois estão inseridos. Se surgirem remixes de outras vertentes do house, a chance de estourar pode ser até maior. A música estava em primeiro lugar na parada eletrônica do iTunes e continua forte, na segunda posição. "Worth The Pain" tem uma letra muito bonita, composta por Zach Adam, e da pra perceber toda a evolução e versatilidade da Lorena, que tem uma voz doce e bem comercial e casou perfeitamente com a produção do Yinon. A versão divulgada até agora é um club house pra pista mesmo, com umas batidas bem marcantes e um break com teclados que lembram muito "Toca's Miracle", do Fragma. A hora perfeita pra soltar a voz e sair cantando por ai também. Escute abaixo:





Felipe de Lima é DJ, tem 30 anos e mora em Belo Horizonte (MG). Para conhecer seu trabalho, curta sua página no Facebook ou então siga seu perfil no Soundcloud. Lá você encontra sets, remixes e muita house music.


terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

DAN SMITH & BASTILLE

A não ser quem é fã mesmo, poucos conhecem Dan Smith. Mas se falarmos "Bastille" as coisas mudam um pouco de perspectiva. Smith é o nome por trás da banda de indie rock inglesa que vem aparecendo nos últimos dois anos nas paradas e nas rádios do mundo todo com seus singles lançados até o momento! Ele tem 28 anos, é cantor, compositor, produtor musical, instrumentista e fundador da banda (UFA!). De início ele adotou o codinome "Bastille" para ele mesmo (já que ele tinha carreira solo), devido a seu aniversário ser no mesmo dia do dia da Bastilha: 14 de Julho. Mas logo conseguiu companhia para explorar toda sua genialidade e encontrou seus parceiros de banda (Chris "Woody" Wood, William Farquarson e Kyle Simmons) que hoje também dão seus nomes para o sucesso do grupo. Formado oficialmente em 2010, Bastille começou a fazer sucesso na Inglaterra somente em 2012 com o lançamento de seu álbum e do single "Flaws", mas foi em 2013 com o single "Pompeii" que alcançou a fama mundial:




SOM

Como falei acima, Bastille é uma banca de indie rock, o que já sabemos que tem aquela relação próxima com a música eletrônica. No caso deles não é diferente, tanto é que um dos últimos sucessos da banda foi um remix chamado "Of The Night", que eles fizeram misturando duas músicas que foram sucesso nas pistas do anos 90: "Rhythm of The Night" da brasileira Corona, com "Rhythm Is A Dancer" do SNAP. Fora isso, na edição deluxe do seu álbum de estréia (que eles lançaram em 2013) dá pra perceber muita influência eletrônica, principalmente do deep house, que invadiu as rádios e as pistas inglesas no mesmo ano e tá forte até hoje, já que virou uma tendência mundial. No geral, o som da banda é bem alegre e melódico, mas mesmo nas músicas mais deprês (como a participação que eles fizeram no álbum do Naughty Boy em "No One's Here To Sleep") a emoção está muito presente, o que muito combina com a voz doce e expressiva do Smith, dando um toque a mais a qualquer música que ele canta. Inclusive eles adoram um cover, e é só procurar pela net que dá pra conferir versões muito legais de músicas como "Titanium" do David Guetta e "No Scrubs" do TLC (num mashup incrível com The XX). Confira abaixo o clipe de "Of The Night":




VIERAM PRA FICAR

Apesar de não terem lançado nenhum trabalho novo desde 2013, eles vem fazendo sucesso até hoje com suas músicas (tendência que vem acontecendo no mundo da música) - tanto é que "Flaws", música lançada em 2012 no Reino Unido começou a fazer sucesso mundial no ano passado. No Brasil não é diferente e a banda vai se apresentar no festival Lollapalooza 2015 com uma das atrações principais. Quem vamos? \o \o \o \o \o



REMIX

Como um admirador da banda e do Dan Smith, sempre quis remixar alguma coisa deles e essa semana surgiu a oportunidade de fazer um anthem de "Flaws". Como a música é muito melódica, explorei bastante esse lado e saiu um remix daqueles de cantar e pular e jogar a mão pro alto! Vem ouvir ou baixar aqui.


Felipe de Lima é DJ, tem 30 anos e mora em Belo Horizonte (MG). Para conhecer seu trabalho, curta sua página no Facebook ou então siga seu perfil no Soundcloud. Lá você encontra sets, remixes e muita house music.


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

O DESFLOP DE GAGA

De acordo com a Wikipedia, flop é uma forma para determinar se algum artista não teve sucesso comercial com as suas obras. E bom, de flop Lady Gaga entende. Depois de ter vendido mais de 12 milhões de cópias do seu álbum de estréia (o "The Fame"), de emplacar duas primeiras posições no HOT 100 da Billboard (com "Just Dance" e "Poker Face"), e alcançar a fama mundial, que foi ainda reafirmada um tempinho depois com o lançamento de "The Fame Monster" e o fantástico vídeo de "Bad Romance", a cantora virou alvo de críticas, ora por sua excentricidade, ora por não conseguir mais o mesmo sucesso (o que é muito relativo, já que "Born This Way" e "Artpop" atingiram a primeira posição de venda de álbuns da Billboard) e viu sua carreira e vida mergulhar num "buraco de avestruz". Lady Gaga, apesar de todo seu brilhantismo como artista, conseguiu a antipatia da audiência.


SER CANTOR SEM SABER CANTAR

Já não é de hoje que o mundo pop é alvo de críticas dos "grandes sábios e entendidos de música". As pessoas acham que uma cantora que tem toda uma bagagem, entende de moda, é excêntrica, faz palhaçadas, ou gosta de entreter através de dança ou shows espetaculares, obrigatoriamente não saberá cantar e terá sua voz controlada em estúdio por autotune (para os leigos, autotune seria um photoshop da voz). É meio óbvio que se use autotune ou algum outro corretor de voz para corrigir alguma falha ou desafinação, mas é meio óbvio também que para ser cantor hoje em dia é necessário saber cantar. Quem inventou que alguém pode ser cantor sem saber fazer o que é mais necessário pra isso? Impossível! Pela minha experiência, a pessoa pode até tentar, tomar um banho de autotune, mas se não souber cantar um pouquinho que seja, vai ficar horrível, nunca chegaria ao nível de ser comercializado. E isso é um fato, não uma opinião. Então, deixando o preconceito de lado, qual o problema com o pop?


POP FAZ INIMIGOS


Diferente de outros ritmos musicais, o pop foi criado para ser chiclete, bater na cabeça das pessoas e fazer gostar de cara. Para isso, se usam melodias simples, influências do ritmo que está mais na moda e claro, muitos efeitos eletrônicos roubados do dance e do house music. Já tem alguns anos que o pop é muito mais parecido com o house do que com qualquer outro ritmo. Pode pegar aí sua listinha de cantores pop e pode ver que a maioria usa e abusa dos elementos eletrônicos. Podemos dizer que hoje o pop é o lado mais comercial e vendável da música eletrônica - não é a toa que David Guetta e Calvin Harris já são considerados música pop, porque eles descobriram a chave do sucesso de vendas. E isso é a alma do pop, esse "feeling" pra criar algo vendável. E claro, isso é um prato cheio para todos os "intelectualóides" e "amantes de boa música" de plantão destilarem seu veneno sobre o pobre ritmo musical.


PRECONCEITO

Se você chegou até aqui, já dá pra imaginar que na verdade o pop sofre é de um grande preconceito. A loucura é tamanha que DJs e amantes de música eletrônica costumam chamar o pop de "lixo musical". Estariam chamando a si mesmos de "lixo"? Todo esse preconceito gera falsos conceitos sobre o artista em si, e daí vem o boato que eles são apenas marionetes do business, que não sabem cantar, que são papagaios de assessores, etc. E com a Gaga, não é diferente. Pouca gente sabe, mas a cantora estudou música na Tisch School of Art de NY, onde foi aceita com apenas 17 anos. Além disso, ela teve seu primeiro show de destaque ao lado de Lady Starlight, no festival Lollapalooza dos EUA. Além de cantar, ela sabe muito sobre moda, já até escreveu artigos para editoriais, o que deve colaborar (e muito!) para sua excentricidade no modo de vestir.


DESCONSTRUÇÃO

Mas apesar do que acham, Lady Gaga é uma mulher inteligente e perspicaz. Depois de ver sua cria - seu excelente álbum "Artpop" - flopar, ela começou a correr atrás de desconstruir a própria imagem. Uma jogada de mestre, eu diria, pois só assim mesmo para dissipar toda aquela antipatia que as pessoas pegaram dela por sua excentricidade toda. Primeiro, ela se ausentou da mídia por um tempo e nas poucas vezes que apareceu se apresentou de forma menos excêntrica. Tratou de fugir do pop e de todos os urubus que ficam ali rondando e esperando a próxima presa desfalecer e atirou para um lado que muitos estranharam - o jazz. Catou Tony Bennet (respeitadíssimo nos EUA) pelo cangote, o encantou com sua voz e gravou um álbum com ele: álbum este que faturou um Grammy e foi muito elogiado pela crítica. Gaga ali mostrava pela primeira vez que sabia cantar mesmo. Afinal, ela sabia cantar jazz, o que pra muitos cantores é um grande desafio ou simplesmente não acontece. Muitos se perguntaram: será que ela se encontrou e não volta pro pop? Será que ela agora só vai cantar jazz? E ela se fez de boba, dizendo que não sabia...


OSCAR

E então, depois de uma ótima apresentação com Bennet no Grammy deste ano, ela se apresenta no Oscar 2015, cantando um tributo ao filme "A Noviça Rebelde". Uma apresentação impecável, uma das mais lindas que o Oscar já teve, que lhe rendeu elogios até do hater mais odioso, pode apostar. E assim ela conseguiu o que queria: desconstruiu sua própria imagem para provar para o mundo que sabia cantar. Eu já sabia disso tudo que o mundo só descobriu ontem a noite, e posso dizer que ela é tudo isso sim - e mais um pouco. Duvido que ela deixe o pop de lado, mas uma coisa é certa, Gaga ontem provou que pode também ressurgir das cinzas. E essa arte de se construir, desconstruir e se reconstruir já vimos muito por aí em uma outra artista, que hoje tem quase 60 anos e ainda consegue esse feito. Será que Gaga também dura até os 60? Eu acho que sim! Assista a apresentação da cantora abaixo:




REMIX

Quem me conhece sabe que sou fã, foi a artista que nesses anos de produtor eu mais remixei. Um dos primeiros remixes que fiz na minha vida foi de "Just Dance" e desde então não parei até seu último single, "G.U.Y", que você pode conferir aqui.


Felipe de Lima é DJ, tem 30 anos e mora em Belo Horizonte (MG). Para conhecer seu trabalho, curta sua página no Facebook ou então siga seu perfil no Soundcloud. Lá você encontra sets, remixes e muita house music.