terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

HOUSE MUSIC

O objetivo desse espaço é falar sobre house music - que está ou não está no mainstream. Quando digo "house", me refiro a muitos estilos e pegadas diferentes, até porque como diz a Wikipedia, o house nada mais é que uma batida 4/4 gerada numa bateria eletrônica, completada com uma sólida (muitas vezes geradas eletronicamente) linha de baixo e, em muitos casos, acréscimos de samplers, ou pequenas porções de voz ou de instrumentos de outras músicas. 


HOUSE E SUAS VERTENTES

Se pegarmos a história do house nos EUA até meados dos anos 90 (o house nasceu em Chicago nos anos 80), por exemplo, veremos uma evolução de ritmos e influências diferentes: acid, electro, tech, progressive, club, tribal, etc. Depois que o ritmo caiu no gosto europeu, algumas dessas vertentes evoluíram com características próprias do continente. O tribal, por exemplo, que teve uma grande influência no house da península ibérica (Portugal e Espanha) por lá recebeu novas nuances e ganhou o simpático nome de balearic, um ritmo que chegou até a tocar bastante no Brasil, em algumas pistas que já tocavam o tribal house. O deep house mesmo que tanto bomba hoje em dia em nossas pistas, nada mais é que uma mistura de minimal com beach house, ritmo muito tocado em lounges europeus dos anos 2000. Dá pra notar que essa música é especial: o house evolui tanto que sempre acaba se reinventando, ano após ano.


WWW, P2P E MP3

Desde os anos 2000 (com o avanço da internet), a música eletrônica teve um grande salto. Enquanto a indústria da música tradicional sofreu um grande colapso com a invenção do MP3 e a posterior febre do compartilhamento pirata, a música eletrônica foi uma das grandes beneficiadas, já que antes disso poucos artistas conseguiam fazer algum sucesso com suas gravadoras independentes ou mesmo a ponto de serem convidados por uma gravadora maior. O independente, o cult, a música do gueto - tudo o que era marginalizado virou pop. Tudo aquilo que era de difícil acesso antes da internet, agora estava ali - bastava alguns cliques e um pouco de paciência (até completar o download). E com isso, DJs se tornaram tão conhecidos quanto cantores e bandas do pop tradicional e se tornaram ídolos pop também, como David Guetta e Calvin Harris, por exemplo. 


MAIS UMA VEZ A INTERNET

E mais uma vez o house music se beneficia da internet. Depois das MP3s e compartilhamentos piratas vieram os programas de produção musical eletrônica. Quem tinha um conhecimento musical prévio somado a esses programas, plugins sampleadores, tutoriais e muita criatividade, já conseguia produzir uma música - que fosse experimental - e assim que a terminasse já se poderia inclusive divulga-la em suas redes sociais para seus amigos ou sua base de fãs. Não é a toa que os DJs se tornaram artistas pop... é só pensar os motivos que os levaram ao pódio. Os que primeiro tiveram essa visão empreendedora, chegaram primeiro por lá.


HOUSE E POP - AMIGOS OU INIMIGOS?

É interessante perceber também que hoje em dia um artista que produz house music pode ser pop também, porque não? A house music se tornou popular, se tornou parte de álbuns de cantoras pop, se tornou parte de músicas de bandas de rock alternativo, se tornou parte do dia a dia das pessoas. E isso não significa que tudo seja um lixo comercial, até porque hoje em dia com tantos reality shows musicais, as pessoas estão cada vez mais entendidas sobre música e qualidade musical, e exigem mais e mais qualidade e criatividade. Na era que vivemos - a da informação rápida, mastigada e compartilhada - no mainstream não existe mais espaço para lixos, mesmo que seja algo que não te agrade. Tenha certeza que aquilo que você julga terrível pode agradar a muitos - e muito! Isso tudo deu um segundo grande salto para a música eletrônica: a profissionalização.


HOUSE PROFISSIONAL

Hoje em dia é necessário para um produtor de house music ter uma música que irá competir em qualidade com as músicas que tocam nas rádios, então o que esperamos da maioria de DJs e produtores de house music é que produzam músicas de qualidade. Com tantos cursos de profissionalização no mercado, não foi muito difícil para o nível de qualidade subir, e claro, nossos ouvidos agradecerem. Isso é sinal que house music de qualidade está sendo feito - e consumido.


SOBRE O BLOG

Não que eu seja um expert em house music e música eletrônica, até porque é um material tão vasto que eu acho quase impossível alguém entender de tudo. Mas mais de 20 anos no mundo da música, dentre aulas de instrumentos musicais, discotecagens e produções musicais me fizeram ter um ouvido razoável e um gosto bem particular. Hoje em dia consigo separar o joio do trigo, consigo perceber as coisas de qualidade e por vez ou outra consegui até antecipar uma tendência ou uma música que fariam sucesso meses mais tarde. E não que eu seja um gênio por isso, simplesmente é uma mistura de amor e observação. Qualquer apaixonado por house music como eu pode chegar a esse nível ou até passá-lo facilmente, basta se dedicar.


SOBRE HOUSE

Mas chega de falar de mim, porque o foco não é esse. Aqui você vai encontrar exatamente isso: meu amor sobre house music, meus conhecimentos sobre a área, músicas novas, artistas em foco, mainstream, pop ou cult. De tudo um pouco porque é disso que eu entendo também, de tudo um pouco. 


Felipe de Lima é DJ, tem 30 anos e mora em Belo Horizonte (MG). Para conhecer seu trabalho, curta sua página no Facebook ou então siga seu perfil no Soundcloud. Lá você encontra sets, remixes e muita house music.



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